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Jordevá Rosa é um dos maiores e mais respeitados nomes do telejornalismo goiano. Com seu trabalho de quase 30 anos na TV Serra Dourada, afiliada do SBT no Estado de Goiás, o nome do jornalista cresceu e se proliferou no meio popular.

A entrevista a seguir, concedida por ele, busca conhecer mais da carreira deste profissional e que histórias sua trajetória tem para contar.

Lab Notícias: Eu gostaria que você contasse mais um pouco de como o senhor começou nesse meio, como é que foi o início dessa carreira no jornalismo profissional.

Jordevá Rosa: Eu comecei como repórter na TV Brasil Central, que na época era afiliada da Band. Logo na sequência, eu fui trabalhar na Rádio Difusora como repórter de rua e logo depois eu fui para TV Serra Dourada e continuei na Difusora. Mas eu já passei pela Rádio Sucesso, já fui na Band duas vezes e continuo. Na TV Serra Dourada, eu fui tudo. Eu fui repórter de rede, apresentei dois telejornais, fiz coordenação de programa, depois fui apresentador do principal telejornal e diretor jornalista durante 29 anos. Depois que eu deixei a TV Serra Dourada, eu fiz uma repaginada, vamos dizer assim. Porque antes eu ficava só numa emissora, ficava o tempo inteiro. Quando eu deixei a TV Serra Dourada fiz o seguinte: eu investi no Instagram e transformei ele numa empresa. A Flávia cuida da parte administrativa e de marketing. Hoje eu trabalho menos em mais lugares, eu tenho um programa na Rádio Difusora de manhã ao vivo, na Band, também em um programa na TV Pai Eterno que é em nível Nacional às 6 horas da tarde. Hoje eu posso trabalhar o Instagram com várias parcerias e com notícias. Então tá bem diversificado.

Lab Notícias: Boa parte de sua carreira foi focada no telejornalismo. O que te atrai mais na TV que fez o senhor trabalhar por meio dela por tantos anos? 

Jordevá Rosa: A imagem é fundamental. Eu gosto muito de trabalhar com a imagem, porque ela fala por si. Então o jornalista tem que ter sensibilidade e entender que aquela imagem é importante. O que acontece na televisão é que ela tem um alcance muito interessante. Ela põe as pessoas para falar, o rosto, a expressão, então a televisão é o que eu gosto. Eu gosto de ter a imagem para trabalhar com ela. Eu gosto muito do rádio, ele é muito dinâmico, você faz de uma forma bem interessante, mas a televisão hoje está melhor por causa da tecnologia. Hoje, você faz ao vivo de qualquer lugar, você faz com um telefone celular, você entrevista qualquer pessoa em qualquer lugar do mundo, a tecnologia possibilita isso. Então hoje você consegue estar mais perto da população interagindo com ela porque as redes sociais permitem isso. Hoje a população te manda a imagem e ela participa diretamente do processo. Eu estava ali agora recebendo imagens e  postando. Isso serve para a televisão também, você pode estar num programa, as coisas acontecem e as pessoas te mandando e você vai colocando. Não que a televisão seja mais fácil, você só tem acesso a imagens de forma mais forte e melhor. 

Lab Notícias: Olhando para a sua carreira, você ficou 29 anos trabalhando na TV Serra Dourada. Como foi a experiência de trabalhar no SBT, sendo uma emissora de grande alcance nacional?

Jordevá Rosa: Eu acho que é importante você fazer um trabalho bem feito onde quer que você esteja. Independente se a audiência é grande ou não, porque você pode fazer um trabalho muito legal numa emissora que tem um alcance menor. O que é interessante, por exemplo eu tive a oportunidade de ocupar praticamente todas as funções que o telejornalismo ofereceu, então isso te dá uma bagagem muito boa. Então, eu posso avaliar por exemplo, o trabalho do produtor, do repórter, do apresentador, de uma forma bem mais prática. Se você colocar qualquer coisa para eu fazer na televisão, eu faço. Isso eu acho muito importante, que as pessoas possam realmente fazer isso no dia a dia, ter um conhecimento de todas as etapas do telejornalismo.

Lab Notícias: No podcast “updatemais” o senhor tinha comentado sobre um caso que marcou seus 34 anos de jornalismo: o caso do sequestro do Wellington Camargo. Conte-nos um pouco spbre este caso e como impactaram sua carreira jornalística em si, te dando visibilidade nacional. 

Jordevá Rosa: Tem muita gente que me pergunta, qual é a matéria mais importante. Eu considero que as mais importantes são aquelas do dia a dia, aquelas que você leva a informação. Mas porque não as grandes coberturas? A grande cobertura, ela é uma referência que você vai carregar para o resto da vida, a do dia a dia é que vai te fazer essa diferença, porque a cobertura grande, ela acontece uma vez a cada quanto tempo? Então esse dia a dia é que te faz bem e o que te faz bom.

Eu acompanhei de perto o segundo maior sequestro de Goiás, o sequestro do irmão do Zezé di Camargo que foi o Wellington. Como eu fazia uma cobertura muito intensa. Tem muita coisa de bastidores que a gente acaba contando, o que eu vou te falar não é bastidor .A família pediu uma prova de vida, porque já tinha mais de três meses de negociação, eles cortaram a orelha do Wellington e mandaram uma caixinha com o meu nome. Colocaram na porta da TV e nesse bilhete estava a senha de negociação do sequestro. E todo sequestro precisa de uma senha porque senão tem trote. A senha era Romário, “então, avisa a polícia que a senha é Romário para eles perceberem que é verdadeiro que a gente tá mandando para vocês”, e eles falaram assim: “podem fazer teste DNA que vocês vão perceber que é a orelha do Wellington, tá aí a prova de vida que vocês queriam”. No dia que ele foi libertado, ele estava no segundo andar de um prédio, era um domingo, todas as televisões ao vivo lá, e todo mundo queria entrevistar ele, mas não tinha como entrar e nem como sair. Na época não tinha os microfones sem fio. Na hora tive uma ideia, eu falei pro Seu Francisco: “quando o senhor pegar o microfone passa pro Wellington”. Eu peguei dois rodos, e emendei, coloquei o microfone na ponta, e fui subindo quando a gente colocou isso, que o Seu Francisco pegou o microfone e passou para o Wellington, as outras emissoras ficaram doidas, a gente tinha exclusivo a primeira entrevista e eles não podiam fazer nada. Ninguém ia fazer de novo. Então assim esse rodo saiu como capa de revista nacional como uma das maiores audiências do programa.

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