‘Quando a gente ocupa a rua, ela é nossa’: Rafael Saddi, professor da UFG, reflete sobre o declínio do anarquismo moderno

O professor de História da UFG, Rafael Saddi, fala sobre o papel do anarquismo nos protestos de 2013 e seu recente declínio.
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Fernando Dias

O professor Rafael Saddi Teixeira é docente na Universidade Federal de Goiás, integrando o corpo docente da Faculdade de História. Sua trajetória acadêmica é marcada pela dedicação à área de história, com formação em história na graduação e doutorado na mesma área. Ele se especializou na história social e na didática da história, focando sua pesquisa no campo da história dos trabalhadores no Brasil, com um interesse particular na história dos catadores de materiais recicláveis no país. Desde a adolescência, o anarquismo desperta seu interesse, influenciando seu pensamento político ao longo dos anos.

O professor Rafael ministra regularmente uma disciplina chamada “História do Anarquismo” no Núcleo Livre para alunos de diversas áreas na UFG, uma atividade que ele realiza por pura paixão pelo tema, indo além do seu compromisso acadêmico. O Lab Notícias discutiu com o professor Rafael Saddi os motivos do declínio do anarquismo moderno e a influência anarquista nas manifestações de 2013. O professor destacou vários fatores que contribuíram para a diminuição da influência do anarquismo, incluindo mudanças políticas, sociais e econômicas ao longo do tempo.

NOTA DE REDAÇÃO: As manifestações de 2013 foram diversas mobilizações de massa que ocorreram em mais de quinhentas cidades do Brasil. Estas manifestações, que contaram com amplo apoio da população, criticaram o aumento das tarifas de transporte público, a violência policial, a falta de investimentos em serviços públicos, os gastos excessivos em megaeventos esportivos, além do poder dos oligopólios de comunicação e a dominação de partidos políticos sobre os movimentos populares. As reivindicações incluíram a tarifa zero nos transportes públicos, o fim da violência policial, maior investimento em serviços públicos, além de demandas trabalhistas e classistas. O movimento adotou uma variedade de métodos, como protestos de massa, assembleias populares, mídia alternativa, greves, ocupações e até mesmo táticas mais radicais como o Black Bloc. As mobilizações resultaram no cancelamento do aumento das tarifas de transporte público em várias cidades e na aprovação de uma lei que destinava royalties do petróleo para a saúde e educação públicas. No entanto, os participantes enfrentaram repressão violenta por parte do governo, incluindo prisões arbitrárias, uso de balas de borracha, bombas de gás lacrimogêneo e até mesmo prisões políticas. Os anarquistas, autonomistas e marxistas não-institucionais foram especialmente atacados pelo Estado durante esse período.

Foto: Mídia NINJA

Fernando Dias: Para iniciar, poderia fornecer uma definição do anarquismo para leitores que talvez não estejam familiarizados com o termo? Quais os princípios fundamentais do anarquismo?

Rafael Saddi: O anarquismo é uma corrente política-ideológica do movimento dos trabalhadores, que entende que os trabalhadores continuam sendo massacrados e escravizados na sociedade atual. Essa corrente surgiu no século XIX,  quando estavam surgindo as primeiras associações internacionais de trabalhadores, e o anarquismo surgiu no seio dessas organizações visando uma revolução social que emancipasse os trabalhadores da sua exploração e dominação. Esse é o objetivo dos anarquistas, e eles acreditam que ninguém pode dar a liberdade para o outro, então a emancipação dos trabalhadores deve ser obra dos próprios trabalhadores, todos os explorados devem lutar pela sua libertação através da sua organização e luta.

O anarquismo se distingue de todas as outras correntes, porque o anarquismo busca uma transformação radical enquanto a maioria delas busca a manutenção do sistema ou a transformação através do poder. Seja através das eleições para ganhar um cargo no poder para mudar de cima, ou seja pela tomada do poder à força, com um golpe ou uma revolução que tome o poder do Estado. O anarquismo rejeita todas essas alternativas porque defende que quem tomar o poder se tornará dominador e desejará manter-se no poder, pois o poder corrompe. Basicamente esses são os princípios fundamentais da análise do anarquismo. Então é deve se destruir esse poder de dominação criar uma sociedade todos sejam de fato iguais e diversos e diferentes portanto iguais, né?

Fernando Dias: Por que os estudantes brasileiros parecem estar mais inclinados a aderir ao comunismo em vez do anarquismo dentro do ambiente universitário? Quais fatores podem estar influenciando essa preferência ideológica?

Rafael Saddi: Em geral é interessante essa pergunta porque a pouco tempo atrás, entre 2016 e 2017, quando eu comecei a ministrar a disciplina de História do Anarquismo, nas ciências humanas havia mais estudantes anarquistas na UFG do que comunistas. Houve um momento de ascensão das ideias anarquistas no meio universitário, isso durou de 2013 até 2019. Mas de repente, isso mudou de novo, e voltou que era, sempre o comunismo teve mais representação. Quando eu falo sempre, falo pelo menos da segunda metade do século XX em diante. A partir desse período, existem mais comunistas do que anarquistas no Brasil. Com algumas pequenas interrupções, como de 2013 a 2019. Por que isso acontece? Para começar, o anarquismo nunca esteve no poder, pois ele rejeita o poder, não quer estar no poder. Já o comunismo esteve no poder e a partir disso as ideias comunistas começaram a penetrar em várias instituições de poder. Por exemplo, a vitória da Revolução Russa trouxe a consolidação e a hegemonização dessa corrente também ajudou a divulgar um certo tipo de concepção de socialismo para o resto do mundo.

Mas não só a Revolução Russa, mas a Revolução Cubana, a Revolução Chinesa. Por isso, acredito que o fato das revoluções vitoriosas terem se institucionalizado em uma concepção de socialismo que teria vindo do Marx, embora, ele seja muito diferente da teoria original. Por isso, no Brasil e na América Latina, percebe-se que alguns anos após a Revolução Russa, os comunistas assumem uma hegemonia que antes pertencia aos anarquistas. As pessoas passam a acreditar que o comunismo dá certo. Apesar de não ser possível chamar esses regimes de comunismo, é um capitalismo de Estado. Todas as relações são capitalistas, o trabalhador continua afastado no meio de produção sendo explorado por um patrão, mas o patrão agora é um só, o patrão é o Estado.

Fernando Dias: É interessante notar que, de 2013 a 2016, observamos um aumento significativo do anarquismo nas universidades, como o senhor mencionou. Você acredita que essa tendência está relacionada aos protestos de 2013, nos quais vários grupos anarquistas, incluindo ganharam visibilidade com os Black Bloc? Apesar de serem poucos numericamente, esses grupos foram considerados pelas autoridades como os mais perigosos, como indicado em declarações do próprio Estado. Você poderia discutir se esses eventos podem ter influenciado o ressurgimento do anarquismo nas instituições de ensino superior?

NOTA DE REDAÇÃO: O Black Bloc é uma tática de ação direta de cunho anarquista, onde grupos de se reúnem mascarados e vestidos de preto para protestar em manifestações de rua, atacando diretamente a propriedade privada, destacando sua oposição às corporações multinacionais e aos governos que as apoiam.

Rafael Saddi: Sim, com certeza esse destaque que o anarquismo recebeu durante os protestos de 2013 influenciaram. Mas o que é interessante é que esse destaque se dá até antes mesmo dos Black Block surgirem, por meio das manifestações pelo transporte foram impulsionadas por grupos que tinham uma linha de atuação anarquista ou autonomista, como no caso do MPL (Movimento Passe Livre). Então era uma frente de luta aqui com uma hegemonia dos anarquistas, autonomistas e maoístas também. Em 2013, por alguma razão os anarquistas impulsionaram manifestações. Esses foram os protagonistas das ações de 2013, do início do movimento quando ele era uma luta pelo transporte. Isso tem várias razões, uma delas ocorre porque os anarquistas de fato sempre tiveram vínculo no Brasil recente com as lutas pelo transporte público, contra o aumento da passagem. Isso é histórico, desde o início do século XXI, em 2005 acontecem as Revoltas da Catraca em vários locais do Brasil, impulsionadas por movimentos anarquistas e autonomistas.

Em segundo lugar, porque no tempo do governo PT, desde o primeiro governo Lula até o governo Dilma, o que o PT fez? A partir do poder ele engessou os movimentos porque como a maioria dos sindicatos eram vinculados ao PT como a CUT (Central Única dos Trabalhadores), toda a Central Sindical e outros movimentos deixaram de fazer lutas. Pois foram para o governo, tornaram-se parte do poder. Então se criou um vazio de lutas que precisava ser ocupado, e foi ocupado inicialmente pelos anarquistas, depois eles perdem esse espaço para uma direita que passa dominar as ruas. E nós estamos vivendo esse problema até hoje porque o vazio que foi ocupado pra direita ainda é ocupado por essa mesma direita.

Fernando Dias: Por que o governo e o sistema adotaram medidas tão severas contra os Black Blocs em 2013, considerando que o anarquismo é um movimento relativamente pequeno no Brasil em comparação com outras ideologias? Essa reação extrema se deve ao medo de propagação das ideias anarquistas ou ao receio de que os anarquistas possam instigar mudanças significativas? Ou é uma resposta à percepção de que os anarquistas são propensos a causar tumultos e destruição durante as manifestações?

Rafael Saddi: A repressão se dá na medida em que a luta de fato incomoda, quando a luta começa a barrar interesses, a repressão vem com tudo, e o que acontece com o método anarquista de luta é que ele acaba causando prejuízos para para essa classe dominante.

Em 2013 eu fui às manifestações e tinha uma juventude da periferia que nunca tinha ido participar de nenhum ato e começaram a participar nos atos de 2013, na luta pelo transporte e eles falavam claramente o motivo: porque aquilo não era passeata, não era mentira, era de verdade. Não é uma passeata onde os chefões dos sindicatos ficam só falando no carro de som e você fica passeando feito bobo, não adianta. Aquilo era de verdade, era para valer isso aqui é a gente foi para manifestar, para mostrar a nossa revolta, e quando a gente ocupa a rua, ela é nossa.

Então esse método incomoda, ele gera atenção e esse é o grande problema. Ele toma a rua para si, ou seja naquele momento aquela rua não era do Estado, era do povo e o sistema não aceita isso. E o Estado busca normatizar como o povo vai se manifestar, então do que adianta protestar sem incomodar, sem atingir aquele que está me oprimindo e humilhando? No caso em 2013, se tratava da máfia dos transportes que ganhava milhões do povo. É toda uma lógica para normatizar os protestos até a revolta ser pacificada, regulada e estatizada. Por isso que o anarquismo sempre vai gerar tensões e está sempre na iminência da repressão.

Fernando Dias: O anarquismo muitas vezes enfatiza a autonomia e a descentralização. Isso pode ter contribuído para essa fragmentação dos grupos anarquistas no Brasil? Como essa abordagem influenciou a coesão do movimento?

Rafael Saddi: Eu não atribuo isso à ideia de descentralização e autonomia. O anarquismo é a corrente mais radical que já surgiu na história da humanidade, e nega qualquer tipo de poder, estando sempre do lado do oprimido, é uma corrente que não quer ser o oprimido e nem o opressor. Por esses motivos, o anarquismo foi a corrente combatida de forma mais radical, ocorreu um massacre do anarquismo muito repressivamente. Como pode ser visto a partir da década de 30, no governo Vargas e até um pouco antes, o Estado Brasileiro e as elites decidiram massacrar porque a grande hegemonia do movimento operário era anarquista, faziam diversas greves gerais, como a Grande Greve Geral de 1917. O combate ao anarquismo foi tão pesado que houveram campos de concentração de anarquistas no Brasil. Por conta dessa perseguição, as próximas gerações não tiveram conhecimento sobre, fizeram de tudo para apagar essa história.

Então, o que acontece é que, como as próximas gerações não ficaram sabendo o que é o anarquismo, elas acabam recriando ele de outras formas, de diversas maneiras diferentes. Essa talvez seja até a potência do anarquismo, ele consegue penetrar em todas as áreas, existe uma diversidade muito grande sobre o nome da anarquia. Isso impossibilita a unidade porque às vezes os grupos anarquistas podem entender o anarquismo de formas totalmente diferentes. Eu atribuo um pouco a isso assim a ausência hoje de uma de uma organização nacional anarquista, e além disso, é muito difícil você manter algo sem estrutura. 

Por exemplo, é muito fácil manter as estruturas desses partidos reformistas que ganham milhões nas eleições, esses partidos vivem no sistema capitalista com as armas do capitalismo. Já o anarquismo está sempre contra a corrente. Tem que se organizar sem  essa estrutura  e essa estrutura indo contra ele, então é muito mais difícil manter alguma coisa constante e por mais tempo quando o sistema vai contra isso, a nossa vida vai contra isso. O anarquista tem que se sacrificar para poder se organizar, para poder lutar. Ele está fazendo uma ação que não vai ganhar nada com isso, não vai ganhar poder, pelo contrário, ele vai perder: vai ser preso, vai receber ameaças, vai perder dinheiro, perder emprego, entrar pra lista negra. Então é muito mais difícil manter uma organização assim.

Fernando Dias: Por que observamos a presença de parlamentares assumidamente comunistas em diversos sistemas políticos, enquanto a representação parlamentar anarquista é escassa? Existem obstáculos específicos que impedem a entrada de políticos anarquistas no cenário político tradicional? Seria possível conciliar os princípios anarquistas com a participação ativa e eficaz em cargos parlamentares?

Rafael Saddi: O anarquismo nega a transformação via política institucional. Então um parlamentar anarquista não faz sentido, é contraditório ao anarquismo. Essa corrente nega essas vias indiretas de transformação. Por exemplo, você é um funcionário público, você vende sua força de trabalho,você é um empregado do Estado, isso não é uma contradição, mas agora se você faz da política a sua vida, você entra em contradição total com o anarquismo. Em primeiro lugar, o parlamentar precisaria estar ligado a um partido, e o partido não é anarquista, em segundo lugar, a tendência desse parlamentar no poder seria virar um burocrata, se corromper dentro do sistema e deixar de atuar para uma transformação radical e sim para manutenção do sistema, inclusive pensando nas próximas eleições. 

Eu particularmente não consideraria um vereador ou um deputado anarquista. Já os comunistas, não tem problema com isso, alguns acham que é uma estratégia de luta buscar a mudança de dentro do sistema, então eles investem nessas vias. Como resultado, os comunistas vão ter mais recursos e poder, mas estarão mais comprometidos com o sistema. No Brasil existem partidos anarquistas, mas eles não são institucionais, não são partidos para concorrer às eleições, são partidos inclusive secretos que atuam visando impulsionar os movimentos populares.

Fernando Dias: A CAB (Coordenação Anarquista Brasileira), principal organização que articula os grupos anarquistas no Brasil adota uma política de qualidade sobre quantidade, com critérios rigorosos para filiação e sem propagandas de filiação. Você acredita que essa estratégia pode ser eficaz para fortalecer o movimento anarquista a longo prazo? Como ela pode influenciar a sustentabilidade do anarquismo no Brasil? Não é uma política contraditória com um movimento de massas como o anarquismo?

Rafael Saddi: Podemos dizer que a concepção histórica surgida no século XIX naquilo que ficou conhecido como a minoria ativa que é o seguinte, o Bakunin, ele pensava em termos de uma dualidade organizacional; existia um movimento de massa que era a associação dos trabalhadores que busca unificar todos trabalhadores. E dentro desse movimento massivo existe uma organização de minorias ativas de anarquistas que precisam ter unidade teórica, de ação e que precisa ser muito confiável.

Por exemplo, como é que você vai discutir a repressão ou planejar uma ação do Black Bloc em uma organização de massa em que qualquer um entra. Então, o CAB e a UNIPA (União Popular Anarquista)  fazem parte dessa corrente que remonta a origem histórica do anarquismo na dualidade organizacional, então essas organizações estão pensando igual ao Bakunin, que organizava insurreições no século XIX. E para isso é preciso ter um nível secreto de atuação, algo que ainda não acontece hoje no nível que os anarquistas acreditavam ser necessário.

É nesse sentido que se entende na ideia de minoria ativa que existem critérios rígidos e fechados no nível organizacional, mas no meio popular eles são opostos a isso eles são mais abertos, o mais amplo possível. Pois quem vai fazer a revolução não é a organização, ela vai dar o suporte para a revolução, quem vai fazer a evolução é o povo, e esse povo é que é massivo.

Fernando Dias: Para concluir, diante das complexidades e desafios enfrentados pelo anarquismo no Brasil, qual você acredita ser o caminho mais promissor para revitalizar e fortalecer o movimento anarquista no país? Existem lições do passado ou exemplos de outros contextos globais que poderiam inspirar estratégias eficazes para o anarquismo brasileiro nos tempos atuais?

Rafael Saddi: Eu acredito que nós temos dois caminhos. O primeiro é os anarquistas estarem dispostos a abrirem mãos de todos os seus laços com o meio burguês e seus privilégios e ir até o povo de fato. Mas não como superiores ou professores, mas viver junto ao povo, partilhar do sofrimento do povo, pois isso iria fazê-los entender que coisas tocam o povo, entender que a vida do povo é completamente diferente do eles vivem nos meios intelectuais onde o anarquismo é mais presente, a exemplo da universidade. Mas pouquíssimos estão dispostos a fazer isso ou se fizerem vão sair profundamente traumatizados.

Para aqueles que não estão dispostos a tomar essa rota, acredito que a melhor abordagem seria desconfiar de tudo que compreendem como burguês e não como trabalhador. Portanto, é fundamental ter humildade ao se aproximar do povo com essa consciência de que não se é o próprio povo. É necessário reconhecer que existe um mundo, um universo, que muitas vezes é invisibilizado. Quando se fala em nome do povo, é preciso ter essa clareza e se aproximar do povo com a intenção de aprender e trocar conhecimentos. Utilizar os privilégios para contribuir com a luta popular é uma forma de serviço ao povo. Se essa contribuição for genuína, o povo pode reconhecê-la, pois será algo feito para e com eles, não algo imposto.

Além disso, o povo tem sua própria sabedoria. Ele encontra seus próprios caminhos para a libertação e aprende na luta. A participação direta dos trabalhadores de forma horizontal é crucial, pois o povo aprende durante esse processo. O anarquismo nos ensina que é pela autonomia do povo que ele trilhará seu caminho. Não há espaço para táticas que buscam impor ideias ao povo; é o povo quem melhor compreende suas necessidades e encontra as soluções. Geralmente, o anarquismo se mostra correto nesse aspecto, pois o povo compreende que não há negociação possível com o sistema.

Cada luta tem suas próprias estratégias, e o povo aprende ao longo do caminho. A contribuição para a luta popular pode ser valiosa, mesmo que o resultado não seja imediatamente aparente. O importante é que, de alguma forma, o povo está criando seu próprio caminho em direção à libertação. E se o anarquismo vai ter um retorno ou não, isso não importa. Talvez, no mínimo, a nossa presença não atrapalhe esse processo.

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