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Alerta: contém spoiler.
A primeira vista pode parecer só mais um romance clichê, mas se engana quem pensa que Continência ao Amor não tem nada mais a oferecer. A adaptação da obra de Tess Wakefield surpreendeu fãs e até os mais resistentes ao gênero, alcançando o 1° lugar na Netflix, como o filme do streaming mais assistido no mundo.
O enredo envolve duas pessoas de mundos e opiniões completamente diferentes. De um lado, Cassie Salazar, barista norte-americana que sonha em se tornar cantora e compositora. Do outro, Luke Morrow, fuzileiro naval no Exército prestes a embarcar para o Iraque. E é aqui que a história começa a nos surpreender.
Cassie tem diabetes e lida com dívidas médicas para bancar seus medicamentos. Luke teve um passado atordoado e deve dinheiro a um traficante. Após um encontro casual no bar onde ela trabalha, os dois se unem em um matrimônio falso para alcançar seus objetivos.
É claro que nem tudo são flores. Os personagens interpretados por Sofia Carson e Nicholas Galitzine se odeiam desde o primeiro instante. Os conflitos são sustentados por suas opiniões políticas contrárias, pouco exploradas na trama, e superados pela química de tirar o fôlego do casal. Acertaram em cheio no elenco!
Durante a jornada de Luke na guerra, a carreira de Cassie atinge o ápice. Inspirada pelo seu marido de mentira, a barista compõe músicas que nos envolvem e emocionam até o último segundo, esbanjando o talento de Sofia Carson, que verdadeiramente compôs quatro das canções do filme.
A trama conta ainda com uma perda significativa para o casal e um acontecimento inesperado, que poderia colocar tudo a perder. Se por um lado o romance mantém a clássica narrativa de inimigos a amantes, por outro consegue surpreender na originalidade da trama sob a qual se desenvolve. O contraste criado pelo arranjo das cenas no Iraque e nos Estados Unidos, as fardas e roupas brilhantes, os tiros e as músicas — tudo casa perfeitamente para nos fazer esquecer que esse romance dificilmente aconteceria na vida real.
Apesar da glamourização do exército americano, típica da maioria dos filmes, e da falta de profundidade ao abordar discussões relevantes como o feminismo, Continência ao Amor sem dúvidas vale a pena ser assistido. Você pode até não gostar de romance, mas garanto que lágrimas vão rolar.