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Com a temporada da NFL 2022-2023 em alta, muitos fãs brasileiros que assistem por canais de esporte internacionais torcem por times que escolheram na América do Norte. Porém, além do país do futebol, o Brasil cada vez mais se mostra ser também o país do futebol americano.
Com equipe criada em 2018, o Goiânia Saints é atualmente um dos dois times de futebol americano goiano que está na ativa, além do Goiânia Rednecks. O time dos “vikings“, como é a logo do Saints, participou do Campeonato Brasileiro de Futebol Americano em 2022 e terminou em sexto lugar na segunda divisão, que contou com vinte equipes diferentes.
Criação do Goiânia Saints
O time saiu do papel oficialmente em 2018, mas o processo de criação começou um pouco antes. “Dois amigos, o Pedro Henrique ‘Pedrão‘ e o Lázaro Jr ‘Lazim‘ me convenceram que deveríamos formar uma equipe moderna, mais inclusiva, uma gestão mais eficiente e proativa, isso foi em agosto de 2017, o time veio de fato a sair do papel em 09 de dezembro de 2017, com a fundação administrativa em janeiro de 2018″, disse Marcelo Taveira, criador e atual presidente da equipe.
O processo foi um pouco demorado por conta do planejamento da identidade visual, estrutura do time, locais de treinamentos, montagem de uma comissão técnicas entre outros, explicou Taveira. De acordo com ele, o cenário do futebol americano surgiu em Goiás em meados de 2011 e, quando o Goiânia Saints viu a luz do dia, haviam outras três equipes, mas atualmente apenas o Saints e o Rednecks levam o título de times da casa.
De acordo com o diretor do time, o estado de Goiás é um dos poucos que não conta com um campeonato interno, portanto a equipe treina para o cenário mais abrangente, o nacional.
Atualmente existem duas competições chamadas nacionais, mas apenas uma possui característica oficial, já que é organizada pela Confederação Brasileira de Futebol Americano (CBFA), que é o Campeonato Brasileiro de Futebol Americano. Esse ano nós participamos da 2ª divisão e terminamos em 6º lugar, de 20 equipes inscritas.
Explicou o presidente do Saints.
Quem é o elenco do Goiânia Saints
Taveira disse que, além dele na presidência, o time conta com mais sete pessoas na organização. A posição de vice é ocupada por João Pedro Lobo. Os diretores gerais e administrativo, respectivamente, são Eduardo Jr. e João Victor Fortuna. A função de primeiro tesoureiro e diretor financeiro quem preenche é Rodrigo Miyashiro, enquanto Gabriel Agostinho, o segundo tesoureiro, também é diretor de pessoas. O responsável pela saúde é Vinícius Braz e, por último, a logística fica por conta de Guilherme Gama. De acordo com a presidência do time, todos foram nomeados por meio de uma eleição.
Mas como atletas, o Saints conta com três divisões: Fullpad, Flag Football e Cheerleaders.
Marcelo explicou que a modalidade de Fullpad, a forma de jogar futebol americano mais conhecida, tem o time somando em torno de 50 atletas. O Flag Football, que de acordo com Taveira é uma modalidade derivada, com menos participantes e sem colisão, conta com 16 jogadores. Já o Cheerleading, ou simplesmente os líderes de torcida, é equipada com 12 integrantes.
Saints: Família, apesar das dificuldades
Taveira explicou que as seletivas para o time ocorrem três vezes, distribuídas ao longo do ano, podendo serem mais, caso haja a necessidade de atletas. Ele afirmou que a rotatividade de integrantes é grande: “Não é um esporte fácil, nem barato de se praticar, então o entra e sai de atletas é infelizmente, constante. Em geral, as saídas são motivadas por fatores extracampo, como mudança de casa, de emprego ou até de estado civil. Mudam-se as prioridades. Precisa se dedicar mais ao trabalho, precisa cuidar de um filho que nasceu, por aí vai”.
Apesar disso, o interesse para participar não é baixo. Lucas Barros, um dos jogadores do time de Fullpad e Flag Football, conheceu o time por conta de um anúncio no Instagram e participou da seletiva, passando a integrar a equipe desde fevereiro deste ano. Ele também destaca o fator financeiro como uma das maiores dificuldades para seguir praticando o esporte.
Nós somos o time mais recente de Goiânia e já estamos em um nível de habilidade e coletividade muito alto para a nossa divisão. Acho que a única dificuldade expressiva foi financeira, não é um esporte barato e infelizmente ainda não possui um cenário profissional em que empresas e patrocinadores poderiam suprir essa necessidade.
afirmou Lucas.
Ainda com as dificuldades, o slot receiver, função de Lucas nas duas modalidades, se vê contente em participar: “Mesmo sendo um atleta novo no time, a sensação é de que a missão está sendo cumprida. Quando fundaram o time há alguns anos, fizeram metas que estão sendo cumpridas nos dias de hoje. Os sonhos de quem criou o time vão sendo cumpridos”.
O atleta também relatou que o ambiente da equipe é de muita fraternidade. “Nós nos ajudamos, convivemos dentro e fora de campo e nos tratamos como irmãos. O Saints é um time que proporciona isso por si só, o respeito e amizade entre os atletas”, destacou.
Esse pensamento também é compartilhado por Gabriel Agostinho, que além de diretor de pessoas, também é um dos jogadores da equipe: “Sou o responsável de cuidar da relação entre atletas, e uma palavra resume o Goiânia Saints hoje: família. Nós conseguimos, nesse decorrer de ano, construir uma amizade entre atletas, vista pouquíssimas vezes no cenário. Estamos sempre ajudando um ao outro independente da forma. Nos reunimos para assistir jogos, comer, somos realmente amigos”.
Parcerias
Para suprir as necessidades financeiras e estruturais, recentemente, o Saints conseguiu uma parceria com a UNIALFA, que auxilia o time com bolsas de estudos para os atletas e um centro de treinamento, conforme disseram Lucas e Gabriel.
O time ainda está aberto, no entanto, para mais parceiros e patrocinadores. Aos interessados, basta entrar em contato com Taveira ou por meio do time no e-mail (saintsfagoiania@gmail.com) e Instagram @saintsfa.
Contato com a torcida
Quando questionado sobre o contato entre o time e os fãs, Lucas respondeu que é por diferentes nichos. “Familiares e amigos, fãs de futebol americano… estamos sempre tentando ser os melhores anfitriões nos jogos e redes sociais. [As interações nas redes sociais] são mais intensas nas vésperas de jogos”. Taveira adiciona: “Acredito que 70 a 80% da torcida é composta por amigos e familiares dos integrantes da equipe, os outros 20 a 30% são de pessoas que gostam do esporte, que assistem NFL ou que por alguma razão simpatizam com a equipe, então entendo que é um contato mais próximo”.
Saiba mais sobre o Goiânia Saints
Para acompanhar a equipe, basta os seguir no Instagram. Por lá são anunciados os jogos e seletivas, além de outras notícias sobre o time.
Aos que desejam participar do esporte e representarem o Goiânia Saints, Marcelo diz que a idade mínima para a prática do futebol americano é de 16 anos: “Temos atletas de 16 anos, também temos atletas de 46 anos, não temos uma idade limite”.
Gabriel ainda afirma que o time se desenvolveu bem esse ano: “No ano de 2022 conseguimos ver uma real crescente no desenvolvimento do time, os atletas se dedicam e se esforçam para estar dentro de campo, é possível ver que tanto na parte física, quanto na parte teórica estamos desenvolvendo bons atletas para representarem Goiânia“.
Tanto a diretoria quanto os jogadores se mostram todos positivos em relação ao desempenho do Goiânia Saints e a animação e fé no trabalho não faltou.
Alguém tem que pavimentar o caminho. Por isso, não vamos desistir até que façamos de tudo para sermos o maior time da região, que contribui com a comunidade, que gera entretenimento e oportunidades para as pessoas.
Adicionou Lucas.
Por fim, Gabriel destaca que a diretoria está sempre buscando novos atletas para fazerem parte da família, e que caso alguém tenha interesse, indica que olhem as redes sociais do time, por onde explicam o processo para jogar em defesa do Goiânia Saints.
Foto em destaque: Isabella Brito Ribeiro.