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Tayná Freitas
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Gabriel Medina venceu ontem (7) a penúltima etapa do Challenger Series da WSL no pico de Itaúna, em Saquarema, após virar a bateria nas últimas ondas contra o marroquino Ramzi Boukhiam, fazendo seu retorno às competições após lesão no meio do ano

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Gabriel Medina, tricampeão mundial de surfe, vence a bateria final do Corona Saquarema Pro 2022 e ganha a penúltima etapa do Challenger Series. Foto: Thiago Diz/WSL.

O Corona Saquarema Pro 2022 apresentado pelo Banco do Brasil foi a penúltima etapa do Challenger Series, circuito da Liga Mundial de Surfe (WSL) que define quem serão os surfistas a integrar as vagas restantes do World Championship Tour (WCT).

Após uma bateria com poucas ondas e condições medianas, Ramzi Boukhiam (MAR) estava liderando a tabela com uma somatória de 13.46 (7.00 + 6.43). Os fãs brasileiros na areia estavam aflitos, mas Gabriel não desapontou e mostrou porquê ganhou o título mundial não uma, não duas, mas três vezes.

Quando a buzina estava para soar, anunciando o fim da competição e a vitória do marroquino, Medina pegou suas duas últimas ondas. Na primeira, após um consenso entre os juízes, ele conseguiu a maior nota da bateria, com 7.17 pontos que, somados à sua próxima onda, de 6.50 pontos, o fizeram colocar Boukhiam em segundo lugar e o 13.67 do brasileiro tomou o primeiro lugar na tabela, ganhando o evento.

Lesão de Medina

No meio do ano, durante um evento do circuito de elite também em Saquarema, o Oi Rio Pro, Gabriel Medina se acidentou enquanto pegava uma onda em uma bateria contra Callum Robson (AUS). O brasileiro foi de encontro com a prancha, o que lhe rendeu uma lesão no ligamento do joelho esquerdo, o retirando do resto da temporada do CT.

Após uma boa temporada de repouso e cuidados, o tricampeão voltou à ativa, treinando de pouco em pouco em águas fluminenses e anunciou que estaria competindo no CS, no mesmo pico em que não pôde terminar o evento por conta de seu joelho.

Brazilian Storm no Corona Saquarema Pro 2022

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Willian Cardoso, mais conhecido como o Panda. Brasileiro se aposenta em Saquarema, no mesmo pico que fez sua única vitória no QS. Foto: Thiago Diz/WSL.

Apesar de ter sido trinta e seis o número de brasileiros competindo nas classificatórias do evento na divisão masculina e dezenove surfistas na divisão feminina, apenas três atletas da Brazilian Storm conseguiram chegar nas quartas de final.

Summer Macedo (BRA) foi eliminada por Amuro Tsuzuki (JAP) e não avançou para as semifinais, mas além de Gabriel Medina, João “Chumbinho” Chianca também foi para a próxima fase. Devido ao chaveamento, os dois brasileiros restantes na competição se encontraram mais cedo do que o desejado: nas semis.

Com condições climáticas e marítimas que poderiam ter sido melhores, os dois atletas buscaram fazer as melhores ondas que podiam dentro do que o mar os dava. Chumbinho abriu a bateria com um 4.83, enquanto Gabriel, com 4.17, mostrando que não seria uma vitória fácil para nenhuma das partes.

Em sua terceira onda, João Chianca fez sua somatória, com um 5.77, resultando em um total de 10.60. Por alguns minutos, tudo parecia bem para ele, porém Medina é um competidor voraz e logo pegou duas ondas em sequência que subiram seu nome para o topo da tabela: com 10.87 (6.00+ 4.87) a favor de Gabriel, não foi dessa vez para Chumbinho.

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João “Chumbinho” Chianca após bateria contra Gabriel Medina. Apesar de muito esforço, as notas não foram suficiente e Chumbinho para na semifinal. Foto: Thiago Diz/WSL.

Entre outros brasileiros, Willian Cardoso surfou em Itaúna seu último evento, se aposentando conforme havia anunciado, caso não ganhasse o evento. Com trinta e seis anos, o Panda se despediu nas mesmas águas aonde ganhou seu único evento da divisão de entrada, o WQS, em 2010.

Após mais de uma década de muito esforço e treino, Cardoso alcançou o WCT em 2018 e venceu uma etapa que conta com ondas clássicas e o sonho de muitos surfistas: Uluwatu CT, em Bali, Indonésia. Em apenas quatro ondas, o Panda fez uma somatória de 15.57 e colocou Julian Wilson (AUS) no chinelo, levando o prêmio de vencedor da etapa. Leia mais sobre aqui.

Haleiwa Challenger

O último evento do CS do ano é o Haleiwa Challenger, na ilha de Oahu, no Havaí. A janela da etapa está programada para os dias 26 de novembro a 7 de dezembro e será a última chance para os surfistas que ainda não garantiram uma vaga no CT se classificarem.

Leonardo Fioravanti (ITA), Rio Waida (IND), Ryan Callinan (AUS), Ramzi Boukhiam (MAR) e Ian Gentil (HAV) lideram o top 5 do Challenger Series. Dentre os dez homens classificados no momento que irão ter uma chance na briga pelo título mundial, João Chianca é o único brasileiro, em oitavo lugar. Na divisão feminina, não há brasileira classificada entre as cinco vagas para o CT.

Acompanhe o Haleiwa Challenger entre os dias 26 de novembro a 7 de dezembro pelo canal do Youtube, site ou aplicativo da Liga Mundial de Surfe (WSL).

Foto em destaque: Thiago Diz/WSL.

Esse texto foi escrito pela equipe do Arquibancada, de autoria de Tayná Freitas.

3 thoughts on “Medina vira bateria final e se consagra campeão do Corona Saquarema Pro 2022”

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