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Depois de tanta especulação, teorias da internet e uma campanha de marketing extremamente extensa, Barbie estreou nos cinemas do Brasil neste dia 20 de julho. Com salas de cinema lotadas com os mais variados tons de rosa, o filme entregou aquilo que vinha prometendo nos últimos meses, até no que não deu muito certo! 

Sob a direção da talentosíssima Greta Gerwig, a mesma de Adoráveis Mulheres (2019) e Lady Bird – A Hora de Voar (2017), Barbie carrega discussões sobre comunismo, machismo, cultura pop e muitos estereótipos que conversam com o recorte da sociedade atual, tudo regado a boas doses de humor e sarcasmo.

Entretanto, a diretora pareceu ter visto em Barbie uma forma de trazer esses temas de forma mais complexa e talvez seja justamente nesse ponto que ela tenha dado um passo maior do que as próprias pernas. Fato é que o enredo não dispõe de forças suficientes para isso.

O filme é criativo, tem boas referências, sustenta uma sátira aos dilemas que envolvem a boneca mais conhecida do mundo e a própria Mattel (empresa responsável pela criação e produção de Barbie – brinquedo), mas a impressão que se têm é que os conceitos abordados no filme ficam presos no campo do abstrato e ligados ao pouco desenvolvimento linear da trama. 

A sociedade utópica e completamente cor de rosa de Barbilândia começa a se transformar em “caos” quando a Barbie Estereotipada, personagem de Margot Robbie (perfeita!), passa a ter pensamentos e sentimentos que não condizem com o que se espera de uma Barbie. 

Descabelada, com os calcanhares encostando no chão, deprimida e depois de um café da manhã horrível, Barbie embarca em uma longa viagem para o “mundo real” para encontrar as raízes dos problemas que ameaçam a tranquilidade de sua vida perfeita. Mas é aí que obstáculos maiores passam a afligir o coração da moça – se é que bonecas, nesse caso, têm um!

Aliado a tudo isso, ela ainda tem que lidar com um Ken, que não sabe quem é. Depois de ver como a sociedade do mundo real, completamente sustentada pelos moldes do patriarcado, funcionava, o moço faz de Barbilândia um universo de Ken. Nessa parte precisamos falar da atuação de Ryan Gosling, que simplesmente fez seu melhor por Ken. O ator parecia bastante confortável e trouxe ao mesmo tempo um ar de humor e reflexão ao filme. 

Por fim, Barbie entregou boas risadas, muito rosa, algumas críticas, boa fotografia e sonorização que para todos os sentidos e apesar dos deslizes é um dos grandes lançamentos do ano, com chances de transformar o tapete vermelho do Oscar em rosa, mas não chega a estatueta! 

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