- Moda sustentável: como Goiânia está incorporando a sustentabilidade ao cenário fashion - 24 de janeiro de 2024
- ‘Trabalhamos com os três pilares: Adoção, Castração e Conscientização’, afirma responsável por ONG Focinho Caridoso - 6 de janeiro de 2024
- Efeitos das altas temperaturas na saúde da população - 13 de dezembro de 2023
Carla Moreira é diretora e fundadora da organização sem fins lucrativos chamada Focinho Caridoso. Na entrevista ela destaca o poder transformador das ações comunitárias em prol dos animais de rua em Goiânia. Na busca por uma capital mais acolhedora para nossos amigos de quatro patas, diversas iniciativas têm surgido, trazendo esperança para eles.
A seguir, vamos explorar os esforços conjuntos de voluntários da ONG para criar um impacto positivo na vida dos animais que tanto precisam de ajuda.
Ana Beatriz: Nos conte um pouco sobre a criação do seu projeto, qual foi o motivo que fez a organização de vocês ser criada e fazer um papel tão importante na vida dos animais?
Carla: A Focinho Caridoso foi criada há 4 anos, começamos entregando cesta básicas para os protetores de animais, daí conhecemos de perto a necessidade deles e de animais resgatados fruto de abandono, mas além disso o enorme descaso do Poder Público.
Ana Beatriz: Como é feito o resgate dos animais mensalmente? E de que maneira as pessoas auxiliam no projeto? Existem funcionários?
Carla: A Focinho Caridoso é uma ONG Mãe, não temos abrigo, apenas um escritório, portanto não fazemos resgates. Trabalhamos com os três pilares da associação: Adoção, Castração e Conscientização. Visitamos os abrigos, cadastramos-os e a partir daí começamos a fazer a doação em sistema de rodízio, com ração, medicamentos, produtos de limpeza e conscientização em feiras de adoção. Sobre funcionários, nós não temos, todos são voluntários mediante uma ficha de cadastro e aprovados por uma entrevista. Hoje temos 47 voluntários, a grande maioria estudantes da UFG (Universidade Federal de Goiás).
Ana Beatriz: Quantos e quais animais vocês têm nos abrigos?
Carla: Hoje temos 33 abrigos cadastrados em nossa Instituição e isso corresponde a quase 3500 animais, entre eles cães e gatos.
Ana Beatriz: Quais são os maiores desafios que você enfrenta ao lidar com a questão dos animais abandonados? E Como as pessoas podem se envolver ou ajudar na sua causa?
Carla: Encontrar famílias para eles nas feiras de adoções com certeza é o maior desafio Para ajudar as pessoas podem se tornar doadoras de seu tempo se tornando voluntários, ou doadores financeiro mensal. Através do meu direct do Instagram, passo todas as informações essenciais.
Ana Beatriz: Qual é a importância da conscientização da comunidade para resolver o problema dos animais de rua?
Carla: A maior importância é nos unirmos para cobrar do Poder Público mudanças e denunciar maus tratos, assim colocariam a Lei Federal 9.605/98 em prática, no qual caracteriza abandono de animais como crime. Além disso, criar um centro de reabilitação para os animais de rua seria uma ajuda enorme na vida desses que sofrem abandono e/ou maus tratos.
Ana Beatriz: Qual foi um dos casos mais memoráveis de resgate ou ajuda prestada pela sua organização?
Carla: O caso mais memorável até agora foi quando nós conseguimos resgatar uma cadela chamada Nina. Ela estava sendo abusada sexualmente por moradores de rua no terminal Bandeiras, levamos para ser castrada e cuidada e encontramos uma família para adotá-lo. Hoje ela vive muito feliz e bem cuidada.
Ana Beatriz: Além do resgate e cuidado direto, sua ONG promove alguma iniciativa de educação ou conscientização sobre a posse responsável de animais?
Carla: Sim, trabalhamos com livros dentro das escolas, na faixa etária de 4 a 10 anos, conscientizando sobre adoção responsável, e ensinando sobre o lema “Compre menos e adote mais”.
Ana Beatriz: Como você vê o futuro do trabalho de resgate e cuidado de animais de rua na sua região?
Carla: Acredito que, infelizmente, sempre terá que ser feito o resgate e auxílio a animais de rua, pois a sociedade ainda precisa aprender a respeitar os direitos deles. No entanto, um trabalho bem feito em conjunto com o Poder Público, as Universidades e nossa Instituição iria diminuir muito os casos de abandono e maus tratos, melhorando a qualidade de vida dos nossos bichinhos.