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Muitas famílias, cada vez mais, alegam enfrentar o desafio de lidar com o uso da tecnologia por suas crianças e seus adolescentes. Em contrapartida, pesquisas revelam que o acesso à internet tem se mostrado muito útil quando utilizado na área da educação.

De acordo com o Censo Escolar da Educação Básica de 2022, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no ensino fundamental cerca de 89,4% das escolas federais, 77% das estaduais, 48,5% das municipais e 72,7% das privadas possuem acesso à internet para ensino e aprendizagem. Já no ensino médio, na rede federal, 92% das escolas usam esse recurso para estes fins, acompanhada de 77,7% das estaduais, 72,2% das municipais e 84,9% das privadas. Conclui-se que, com a pandemia, o acesso à internet cresceu e abrangeu mais pessoas por todo o país, até mesmo em regiões mais afastadas.

Dados sobre as aulas escolares transmitidas on-line em 2021.
Fonte: Censo Demográfico de 2022

Em Goiás

No início do período pandêmico, houve também a distribuição de chips e smartphones entre mais de 1.000 estudantes que não tinham acesso à rede e 100 professores que se destacaram no Regime Especial de Atividades Não Presenciais (Reanp). Além disso, de acordo com informações do Governo de Goiás desde 2022, já foram investidos mais de R$ 329,1 milhões na aquisição de Chromebooks para o Ensino Fundamental e Médio da rede pública estadual de ensino, incentivando ainda mais a inclusão digital dos alunos goianos.

Desde 2021, já foram entregues mais de 123 mil computadores para os alunos. Nesse sentido, a Secretaria de Estado da Educação de Goiás – Seduc acredita que essas iniciativas ampliam o aprendizado dos estudantes.

Internet: a janela do futuro que abre oportunidades

Voltando ao âmbito nacional, a pesquisa sobre o uso das Tecnologias de Informação e Comunicação nos domicílios brasileiros (TIC Domicílios) 2020 demonstra que em 2019 cerca de de 71% dos domicílios possuíam acesso à internet, mas que em 2020 a porcentagem bateu a marca de 83% e prova que através do crescimento dos números de usuários de internet nas cidades e nas escolas, diversas iniciativas educacionais também puderam crescer. Entre elas há a robótica educacional, que se destaca entre as crianças e os pré-adolescentes, inclusive nas escolas públicas, com o intuito de unir a tecnologia à educação e à ciência.

A Doutora Elisângela Silva Dias, professora adjunta do Instituto de Informática da Universidade Federal de Goiás (UFG), afirma que a robótica “é um campo que combina engenharia, ciência da computação e outras áreas para projetar, construir e programar robôs capazes de realizar tarefas complexas” e que apesar do crescimento acelerado do setor de tecnologia, acredita que não pode-se declarar que ele será responsável por todas as profissões do futuro, mas sim que ele poderá moldar o futuro do mercado de trabalho, com muitas oportunidades para robôs desempenharem papéis fundamentais nos cotidianos e também na economia.

Entre os benefícios da robótica na educação, existe o desenvolvimento de áreas como a boa resolução de problemas, de pensamentos críticos e da criatividade, segundo Elisângela Silva Dias.

Como mestra e doutora em Ciência da Computação, Elisângela é coordenadora do Programa ComputAÇÃO Humana e alega que a robótica educacional por ser uma área multidisciplinar que envolve diversos aspectos da ciência, tecnologia, engenharia e matemática (STEM), acaba incentivando o trabalho em equipe e estimula habilidades como a boa comunicação e a liderança.

“A robótica é muito mais que tecnologia.

A robótica muda os meninos.”

Wanderson Ferreira, professor pioneiro na robótica educacional no
CEPI Dr° Antônio Raimundo Gomes da Frota.

Leila Miguel é professora da rede estadual, colega de trabalho de Wanderson e também comanda as duas equipes de robótica educacional: Dangers Lego e Lego 9 3/4. Segundo a pesquisadora, é gratificante ver como a robótica transforma as vidas de seus alunos. Além do que é ensinado na sala de aula, através da internet os estudantes conseguem acessar ainda mais conhecimento e elaborar com maior qualidade seus projetos.

Durante as aulas, os eles afirmam que possuem uma rede de internet fechada para o uso exclusivo da robótica. Com a ajuda dos professores, os pré-adolescentes navegam em busca de olímpiadas, de inovações na área da tecnologia e também a utilizam para programar seus robôs através de sites e aplicativos monitorados.

“Estou animada pra gente competir, mais uma vez, na OBR. Dessa vez vai ser lá na UFG e estamos bem preparados. Estamos estudando até mesmo nessas férias e, claro, sem nosso rápido acesso à internet nada disso seria possível. “
Luanny Araújo, competidora goiana, 13 anos
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Já participantes de outros campeonatos, eles disputarão novamente no próximo dia 12 de agosto na Olímpiada Brasileira de Robótica, em Goiânia e além de persistir com suas pesquisas atualizadas, os aprendizes mantém suas redes sociais ativas, de forma que consigam aumentar a popularidade de suas equipes, a fim de estabelecer parcerias com empresas privadas que incentivem a melhoria e a expansão das atividades realizadas. Para acompanhar e apoiar o esforço dos professores e seus alunos, eles pedem por seguidores e por patrocinadores para conseguirem competir não mais apenas em Goiás.

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