Goiás: investimentos na Cultura crescem mais de R$ 11 milhões de 2022 para 2023

Até julho deste ano, mais de R$ 56 milhões haviam sido destinados à área Cultural
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Ana Júlia Cruz Costa

Foto em destaque: Secult Goiás

Na segunda metade do mês de julho, o governo do Estado de Goiás publicou um informe acerca da verba destinada à Cultura, nos últimos cinco anos. De acordo com a gestão de Ronaldo Caiado, mais de R$ 450 milhões foram investidos no setor entre 2019 e 2023. Neste ano, a quantia já está acima de R$ 56 milhões, o que supera o valor total de 2022: R$ 45 milhões.

Apesar do número surpreendente, uma informação para qual é importante se atentar é que esta verba não se refere somente à difusão cultural, mas também a despesas com a administração geral da pasta. Além disso, outra parte beneficiada é a do patrimônio histórico, artístico e arquológico. Ou seja, isso signfica que, ao longo dos anos, o governo fez investimentos na área para quitar dívidas até então existentes, promover diferentes programas culturais e reformar espaços que costumam receber esse tipo de programação.

O infográfico abaixo contém mais detalhes sobre as verbas destinadas a cada setor ano passado, com base no material divulgado pelo Balanço Cidadão de Goiás de 2022 e nos dados do portal Goiás Transparente quanto à Cultura. Confira:

Editais

Segundo comunicado pelo governo de Goiás, a partir da quitação de R$ 60 milhões de dívidas de gestões anteriores, foi possível retomar alguns programas já existentes. Alguns dos editais fomentados por isso foram:

Fundo de Arte e Cultura (FAC);
Programa Estadual de Incentivo à Cultura – Goyazes;

O Programa Goyazes busca incentivar projetos culturais por parte de empresas privadas contribuintes do imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (ICMS). Já o FAC, visa atender desde artistas, grupos e coletivos até produtores culturais e prefeituras para realizarem peças para o setor.

Em entrevista ao Lab Notícias, Aguinaldo Coelho, professor da Faculdade de Artes Visuais da Universidade Federal de Goiás (FAV/UFG) e especializado em gestão e políticas culturais, comenta um pouco acerca da eficácia desse tipo de iniciativa pública. De acordo com Aguinaldo, que também é vice-presidente do Conselho Estadual de Cultura, antes havia uma dependência muito grande de patrocínios empresarias, o que mudou com a criação desses editais.

Então, esses editais ajudam muito os artistas e a produção e, com isso, o público tem muita oferta de programação cultural. Para o Estado, isso é importante porque marca a identidade da região e divulga [Goiás] para outros locais.

A equipe do Lab Notícias também ouviu Brunê, cantora e compositora atuante no cenário goiano. “Meu primeiro contato com edital foi na pandemia e eu percebo que hoje houve uma reburocratização, mas estão tendo mais editais. Então, eu percebo que existe um calendário com vários editais, só que a reburocratização que rolou atrapalha muito. Tem muita gente que não entende e não tem acesso”, explicou a artista.

Raphael Teixeira, estudante de jornalismo na Faculdade de Informação e Comunicação (FIC) da UFG e musicista, traz outro tópico para o debate. Segundo ele, falta um maior apoio dos grandes veículos de comunicação para divulgar eventos menores:

“É bem comum vermos algumas divulgações de eventos culturais aqui em Goiás, geralmente vinculadas à veículos de TV, rádio ou mesmo jornal impresso. No entanto, eu acho que eventos de médio ou baixo investimento muitas vezes são deixados de lado. Como artista, já toquei em alguns festivais e shows aqui em Goiânia, um deles o Vaca Amarela, que inclusive é bem tradicional, e, infelizmente, não reparei apoio nenhum desses veículos na divulgação do evento”, desabafa.

Reformas

Além de investimentos nestes editais, a atual gestão também destinou certas quantias para espaços que recebem as expressões culturais da região. A exemplo disso está o Cavalhódromo de Pirenópolis, que passou por uma reforma de R$ 78 mil. Outra obra iniciada foi a da Escola do Futuro de Goiás em Artes Basileu França, no Setor Universitário, em Goiânia. O investimento calculado é de R$ 41 milhões e com previsão para finalização em 15 meses.

Outro espaço revitalizado foi o Centro Cultural Martim Cererê, localizado na capital. Para a ação, foram destinados R$ 560 mil. Já em relação a limpeza, vigilância e manutenção, a quantia foi superior a R$ 23 milhões, sendo beneficiados Teatro Goiânia, Centro Cultural Octo Marques e Martim Cererê.

Inovações digitais

O governo de Goiás também tem diferenciais ligados ao setor cultural no ambiente online. Uma dessas iniciativas é o Mapa Goiano: plataforma com uma base de dados sobre o cenártio cultural do Estado, como o perfil de cada região, eventos programados, agentes e espaços ligados à área, oportunidades mais recentes, entre outras funções. Uma segunda inovação é a criação de um site que apresenta os museus do Estado só que de forma virtual e com uma visão 360°.

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