Projeto de dispositivo que analisa poluição do ar é lançado no Brasil em ano de temperaturas atípicas 

Com uma das maiores temperaturas já registradas na história em 2023, pesquisadores goianos e mineiros lançam projeto que identifica gases poluentes no ar
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É de se notar que nos últimos anos já sentimos em nossa pele o calor que vem se alastrando por todo o mundo e tem se tornando cada vez mais intenso no Brasil. Apesar do nível crítico em que temos vivido, muitos problemas graves ainda são barreiras para conseguirmos controlar toda essa onda calor que é causada pelo aumento dos gases do efeito estufa.

Em pesquisa realizada pelo Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus, o ano presente em que vivemos deve ser o mais quente em 125 mil anos de história. Esse dado mostra ainda com mais alarde o quão grave é a calamidade que nosso planeta se encontra e se encontrará em décadas futuras se a humanidade não tomar uma decisão geral e encontrar novas soluções que determinem o controle climático.

O que é o efeito estufa?

Cabe destaque também ao que de fato é o efeito estufa, que é o grande causador do aquecimento global. Ele se trata de um fenômeno natural ocasionado pela grande concentração de gases na atmosfera que formam uma camada e permite a passagem de raios solares e a absorção de calor. Esse processo em ocasiões adequadas e naturais é essencial para a vida em nosso planeta. Sem ele nosso planeta seria extremamente frio e certamente a vida dos seres vivos seria afetada.

Porém, a condição em que nos encontramos é de uma situação muito atípica, na qual, essa camada se encontra de uma maneira muito alarmante, o que nos faz refletir em como serão as temperaturas futuras em nosso planeta, já que diversos polos de atividades humanas continuam contribuindo para a poluição atmosférica, jogando gases como o CO2(Dióxido de Carbono), CFC (Clorofluorcarbono), Óxido de NitrogênioSO2(Dióxido de Enxofre) e o Metano na atmosfera, colaborando para o consequente aquecimento global.

Previsão do tempo prevê altas temperaturas para o Brasil nesta semana | Créditos: Metsul

Causas da Poluição no ar:

Podemos separar em dois tipos de fontes:

Fontes Naturais: Alguns processos naturais como a Decomposição, Liberação de Gás Metano pelos animais e Atividades Vulcânicas podem desencadear também a poluição do ar.

Atividades Humanas: Industrialização, Queimadas, Mineração, Veículos, Queima de Combustíveis Fósseis, uso de Aerossóis se enquadram como os principais responsáveis pela poluição do ar e agravante aquecimento do planeta.

Mudanças climáticas nas últimas décadas | Créditos: Data Innovation

Na busca por inovações:

Em meio a esta catástrofe climática que presenciamos, pesquisadores em todo o mundo se empenham em buscar novos métodos que possam melhorar o cenário atual. E foi isso que fizeram pesquisadores da Universidade Federal de Goiás (UFG) juntamente de outros da Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Em parceria, ambos criaram um sistema que permite o exame de gases poluentes no ar. Tudo isso é feito com a ajuda de um drone que sobrevoa uma área específica e consegue além de determinar se o ar está poluído ou não, ainda amostra e identifica qual o tipo do gás poluente.

É o que descreveu o químico e pesquisador Habdias Silva: “Dentro do senso analítico, existe uma bombinha de ar, um sistema de detecção analítica, um coletor de informação e um equipamento que transmite a informação do bluetooth para o celular. Então nós colocamos o drone para voar em uma altura estimada entre 5 metros , 10 metros e 20 metros, e chegando lá, a gente usa o sensor do dispositivo, e a bombinha começa a aspirar o ar e nós conseguimos de uma forma geral monitorar o nível de H2S na atmosfera.”

Ilustração do projeto | Créditos: tribunadoplanalto

O projeto chamado de Laboratório Voador consegue fazer toda essa ação em um prazo de 10 minutos e comparado a outros dispositivos que fazem esse mesmo dever, seu custo é altamente mais barato: Enquanto ele custa apenas 500 reais, os demais já criados tem o valor médio de 50 mil dólares, ou seja, 250 mil reais aproximadamente. O projeto que teve início pouco antes da pandemia ainda pretende se estender e conseguir captar novos tipos de gases além do H2S, como citado pelo pesquisador.

Com este projeto, considerando seu acessível custo-benefício, podemos defini-lo como sendo um grande passo tanto para o ramo de pesquisa brasileiro no cenário mundial, quanto no próprio âmbito de pesquisas mundiais sobre o cenário climático.

Em entrevista, outro colaborador do projeto e professor da UFU, João Flávio, afirma:

Uma das coisas que a gente sempre trabalha é no desenvolvimento desses equipamentos que possam medir essa concentração de compostos químicos utilizando materiais de baixo custo. Então a gente acaba utilizando impressoras 3D para fazer a parte do instrumento, usamos eletrônicos de baixo custo, como led’s, sensores de luzes, todos bem acessíveis no mercado de maneira barata.

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